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Chernobyl...

Na noite de 25 para 26 de abril de 1986, o reator número 4 da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, foi submetido a um teste de resistência. Foi simulada uma perda de abastecimento da energia externa que alimentava o sistema para verificar se os sistemas de segurança funcionavam de forma correta e aconteceu o desastre...

O teste não correu como previsto, verificando-se uma série de anomalias que acabaram por causar uma explosão e um incêndio no reator, que libertou uma nuvem radioativa que se espalhou na atmosfera.

De quem é a culpa?

Ainda hoje subsistem dúvidas sobre as causas do acidente. Sabe-se o que aconteceu mas não porque aconteceu. Os relatórios e estudos sobre o acidente repartem as responsabilidades entre a conceção defeituosa do reator, as condições deficientes em que o teste foi realizado e a falta de preparação técnica da equipa técnica da central.

Chernobyl foi o acidente mais grave ocorrido numa central nuclear e um dos dois acidentes que atingiu o nível máximo de gravidade na escala oficial da agência atómica internacional, sendo o outro o que ocorreu em Fukushima, em 2011.

Que efeitos teve a longo prazo?

O acidente de Chernobyl libertou uma quantidade de radiação correspondente a 400 bombas atómicas de Hiroshima e contaminou uma enorme área de território da Ucrânia, Bielorrúsia e Rússia, afetando igualmente a Suécia, Noruega e Finlândia.

Foi decretada uma zona de exclusão de 10 km em torno da central, posteriormente alargada para 30 km. Os efeitos a longo prazo são ainda controversos e sujeitos a interpretações muito diversas. Isto prende-se com a dificuldade em separar os efeitos reais do acidente dos impactos causados pelo pânico e pela má gestão do problema por parte das autoridades. Calcula-se que cerca de 350 mil pessoas terão sido deslocadas e que a saúde de muitos milhares foi afetada, direta ou indiretamente, pelos efeitos do acidente.

No entanto, o colapso da União Soviética e a degradação das condições de vida e dos índices de saúde, que se verificaram nos anos seguintes, agravaram substancialmente o cenário e não permitem uma imagem clara sobre o real impacto de Chernobyl, quer no ambiente, quer na saúde humana.

Já do ponto de vista económico, o balanço é mais fácil de efetuar: custos astronómicos na descontaminação, equipamento técnico e pagamento de ajudas sociais e um enorme peso nos orçamentos da Ucrânia e da Bielorrúsia, que continua a subsistir nos nossos dias.