Nascido em Matosinhos, uma localidade costeira no Norte de Portugal, junto à cidade do Porto, Álvaro Siza Vieira é filho de Júlio Siza Vieira e Cacilda Ermelinda Camacho Carneiro. Do seu casamento, teve dois filhos, dos quais um também é arquiteto: Álvaro Leite Siza Vieira.

Siza Vieira estudou, entre 1949 e 1955, na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde lecionou, de 1966 a 1969, voltando em 1976 (sempre como professor assistente).Fortemente marcado pelas obras dos arquitetos Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, cedo ele conseguiu desenvolver a sua própria linguagem, embebida não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva portuguesa, das quais resultaram obras de grande requinte e detalhe no modernismo português como, por exemplo, a Casa de Chá da Boa Nova em Leça da Palmeira.

A isto não é alheio, o relacionamento muito próximo com o arquiteto Fernando Távora, seu professor e uma das principais referências da Escola do Porto, com quem colaborou de 1955 a 1958 desenvolvendo, posteriormente, forte amizade e cumplicidade criativa.

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Siza Vieira criou verdadeiros marcos na história da arquitetura portuguesa e internacional, influenciando várias gerações de arquitetos. Vejam-se as Piscinas de Marés, o Museu de Serralves, a igreja de Marco de Canaveses, ou mais recentemente, o museu para a Fundação Iberê Camargo , em Porto Alegre, no Brasil, onde Álvaro Siza retorna a umas das suas mais fortes influências de linguagem arquitetónica, Le Corbusier. E este será, o principal talento de Siza ‒ conseguir reinterpretar ou mesmo se redesenhar, procurando uma linguagem que, até então, tinha vindo a mostrar em alguns apontamentos de obras recentes complexidade formal aliada a uma aparente simplicidade do desenho.

O edifício da Fundação Nadir Afonso é uma síntese do trabalho arquitetónico de Álvaro Siza, com características muito próprias, como a construção se erguer sobre lâminas e a entrada ser feita por rampa. Siza foi ainda professor visitante na Escola Politécnica Federal de Lausana, na Universidade de Pensilvânia, na Universidade de Los Andes em Bogotá e na Universidade de Harvard.

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PRÉMIOS

medalha
  • 1981 - Prémio da Associação Internacional dos Críticos de Arte/Secretaria de Estado da Cultura AICA/SEC - Arquitectura
  • 1988 - Medalha de Ouro do Colégio de Arquitetos de Madrid
  • 1988 - Prémio de Arquitetura Contemporânea Mies van der Rohe
  • 1988 - Prémio de Arquitetura Contemporânea Mies van der Rohe
  • 1993 - Prémio Nacional de Arquitetura
  • 1996 - Prémio Secil
  • 1998 - Medalha Alvar Aalto
  • 1998 - Prémio Príncipe de Gales da Universidade Harvard
  • 2000 - Prémio Secil
  • 2001 - Prémio Wolf de Artes
  • 2002 - Golden Lion for the Best Project Bienal de Arquitetura de Veneza
  • 2005 - Urbanism Special Grand Prize of France;
  • 2006 - Prémio Secil;
  • 2008 - Royal Gold Medal for Architecture, do Instituto Real de Arquitetos Britânicos
  • 2009 - Medalha de Ouro 2009, do Royal Institute of British Architects
  • 2010 - Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cultura
  • 2012 - Golden Lion for lifetime achievement, Bienal de Arquitetura de Veneza
  • 2015 - "Prémio Vida e Obra" da Sociedade Portuguesa de Autores

OBRAS

MUSEU DE SERRALVES

museu de serralves

O enquadramento do Museu de Arte Contemporânea foi definid pela criação da Fundação de Situado no Parque de Serralves, o Museu estabelece um diálogo direto com a Casa de Serralves e os jardins envolventes. Em lugar de uma fachada monumental, o Museu define-se por uma articulação harmoniosa entre diferentes elementos arquitetónicos e o ligeiro declive do terreno onde o edifício está implantado.

Construído de forma longitudinal de Norte para Sul, o edifício apresenta um corpo central que se divide em duas alas, separadas por um pátio, dando origem a uma estrutura em U e a uma construção em forma de L, entre estSerralves em 1989. Em 1991, o premiado arquiteto Álvaro Siza Vieira foi convidado a projetar o novo museu nos espaços da Quinta de Serralves. Em 1996, tiveram início a construção do edifício e a elaboração do programa museológico, tendo nesse ano o Conselho de Administração da Fundação nomeado Vicente Todolí para primeiro Diretor Artístico do Museu e João Fernandes, seu Diretor Adjunto.

O Museu foi inaugurado a 6 de Junho de 1999 com a exposição "Circa 1968”. Passando em revista uma década de radical criação artística coincidente com um período de assinalável transformação social e política em Portugal e no mundo, esta mostra inovadora constituiu um verdadeiro manifesto sobre as ambições internacionais do Museu e a baliza cronológica da sua futura coleção e do seu programa artístico. Em 2003 João Fernandes foi nomeado Diretor do Museu e Ulrich Loock, Diretor Adjunto. Em Janeiro de 2013, Suzanne Cotter assumiu as funções de Diretora.

O edifício principal formando-se um segundo pátio que serve de acesso principal ao Museu e que se encontra ligado ao parque de estacionamento subterrâneo e ao jardim.