Arièle Bonzon

Désert aller retour.

O que consigo entrever «en passant», evoca precisamente o inverso do sentimento de eternidade fixa que se desprende do deserto. Tudo parece imóvel, quando tudo é movimento. Nem o próprio tempo aí se reencontra.

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A passagem seria o único modo, como o de estar no mundo. Passar então e, nesse movimento, ver o que (se) passa. A vista leva tão longe em todas as direcções que nos sentimos próximos de tudo e simultaneamente isolados e sós.

«Aqui o tempo passa. Nós ficamos?» Eles estão sentados. Ou andam, seguindo uma rota sem fim. Ou, mais incrivelmente ainda, não seguem rota nenhuma. Caminham no meio da paisagem, como se soubessem para onde ir. Estas imagens têm uma ligação essencial com a matéria que as fabrica. A paisagem ganha cor aos meus olhos. A cor torna-se pigmento como a rocha. Com a velocidade, a cor desloca-se.

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