André Mérian

Syrie

A fotografia contemporânea de paisagem, na herança de Walker Evans e posteriormente dos conceptuais, apaixona-se pelas zonas periféricas que são as cinturas das grandes metrópoles e se transformam no teatro das urbanizações contemporâneas.

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Centros comerciais, parques de estacionamento, bairros dormitórios, infra-estruturas viárias entrelaçam-se e constituem finalmente espaços limites onde se sobrepõem, se perdem e se dissolvem todas as tentativas diferenciadas de arquitectura ou de urbanismo. Estas imagens de paisagens urbanas são, pela suspensão do sentido, a constatação lúcida do desencantamento como forma acabada da crítica.

Esta fotografia das periferias, dos lugares desprezados, desenvolveu-se consideravelmente desde o final dos anos 70; arqueologias industriais com os Becher, depois derivações urbanas com os seus alunos da nova objectividade alemã, casas pré-fabricadas e habitats estandardizados com Lewis Baltz ou Dan Graham, paisagens decalcadas com Robert Adams, desumanizadas com Gabriele Basilico ou mais recentemente ainda com Xavier Ribas ou Jordi Bernado que tentam nas suas experiências com paisagens uma renovação da tradição da reportagem.

Estas fotografias incarnam no fundo através das suas preocupações sociais e psicológicas, uma espécie de reinvenção na qual se misturam o desejo do documento objectivo e o sentimento de uma melancolia durante muito tempo disfarçada de anti-estética.

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